Medicina Tradicional Chinesa

Medicina Tradicional Chinesa

Medicina tradicional chinesa

medicina tradicional chinesa (MTC), também conhecida como medicina chinesa , é a denominação usualmente dada ao conjunto de práticas de medicina tradicional em uso na China, desenvolvidas no curso de sua história. A MCT é utilizada principalmente como medicina alternativa, com caráter complementar - e não substitutivo - à medicina alopática.

A MCT tem por princípio básico a teria da energia vital do corpo (chi ou qi) que circularia pelo corpo através de canais, chamados de meridianos, os quais teriam ramificações que os conectariam aos órgãos. Os conceitos de “corpo” e “doença” utilizados pela Medicina Tradicional Chinesa se baseiam em noções de uma cultura pré-científica, similar à teoria europeia dos humores (humorismo), em voga até o advento das pesquisas médicas modernas dos anos 1800. Pesquisas científicas não encontraram nenhuma prova fisiológica ou histológica dos conceitos tradicionais chineses, como qi, meridianos ou mesmo pontos de acupunctura.

A teoria e a prática da Medicina Tradicional Chinesa não são baseadas em conhecimento científico, e seus praticantes discordam grandemente sobre os diagnósticos e os tratamentos dos pacientes. A eficácia da medicina fitoterápica chinesa continua pouco pesquisada e documentada. Há preocupações quanto ao número de plantas potencialmente tóxicas empregadas.

Pesquisas farmacêuticas têm explorado o potencial de criação de novos remédios  baseados em princípios ativos que poderiam ser encontrados em soluções da MCT, mas têm obtido pouco sucesso. Editorial da revista especializada “Nature” descreve a Medicina Tradicional Chinesa como repleta de pseudociência (“fraught with pseudoscience”).

Uma história que não corresponde exatamente a China que conhecemos hoje, e sim ao Oriente, ao longo de milhares de anos, quando foram se consolidando as fronteiras dos atuais países e desenvolvendo uma civilização que reuniu mais da metade das descobertas e invenções tecnológicas do "mundo moderno".

Para Padilla (o.c.) a medicina chinesa pode ser considerada portanto, uma "sistematização" das mais antigas formas de medicina oriental, abrangendo, para fins de estudo, as outras medicinas da Ásia, como os sistemas médicos tradicionais do JapãoTaiuan, da Coreia, do Tibete e da Mongólia.

A MTC foi desenvolvida empiricamente a partir da experiência clínica, e documentada em muitos textos, hoje clássicos. Se fundamenta numa estrutura teórica sistemática e abrangente, de natureza filosófica. Ela inclui entre seus princípios o estudo da relação de yin/yang, da teoria dos cinco elementos e do sistema de circulação da energia pelos meridianos do corpo humano.

Tendo como base o reconhecimento das leis fundamentais que governam o funcionamento do organismo humano e sua interação com o ambiente segundo os ciclos da natureza, procura aplicar esta compreensão tanto ao tratamento das doenças quanto à manutenção da saúde através de diversos métodos.

 

Técnicas terapêuticas da MTC

Os principais métodos de tratamento da medicina tradicional chinesa básicamente são:

  1. Tui Na ou Tuiná (推拿)
  2. Acupuntura (針疚)
  3. Moxabustão (艾炙)
  4. Ventosaterapia (拔罐)
  5. Fitoterapia chinesa (中药)
  6. Terapia alimentar chinesa (食療) ou dietoterapia chinesa
  7. Práticas físicas: exercícios integrados a prática de meditação relacionadas à respiração e à circulação da energia, como o qi gong (氣功), o Tai ji quan (太極拳) e outras artes marciais chinesas internas que podem contribuir para o reequilibrio do organismo. Estas práticas são consideradas simultaneamente métodos profiláticos para a manutenção da saúde e formas de intervenção para recuperá-la. Práticas como o Zhan Zhuang (站椿), o Baduanjin (八段锦) e o Lian gong (练功)são realizadas atualmente fora do contexto das artes marciais.
A medicina tradicional chinesa utiliza a fitoterapia e outros medicamentos como seu último recurso para combater os problemas de saúde.

Segundo sua crença básica, o corpo humano dispõe de um sistema sofisticado para localizar as doenças e direcionar energia e recursos para curar os problemas por si mesmo.

O objetivo dos esforços externos deveria se focar em cuidadosamente auxiliar as funções de auto cura do corpo humano, sem interferir. Refletindo esta mesma ideia, um ditado chinês diz que "qualquer remédio tem 30% de ingredientes venenosos".

Atualmente, a medicina tradicional chinesa está progressivamente incorporando técnicas e teorias da medicina ocidental em sua práxis, em especial os tipos de exames sem características invasivas.

Outras técnicas associadas a estes métodos
  • Gua Sha ou "esfregar moedas" (刮痧), técnica associada ao Tui Na.
  • Auriculopuntura (耳燭療法), especialidade da acupuntura.

 

O diagnóstico na MTC

Os aspectos básicos a considerar em um diagnóstico pela MTC são:
  • observar (望 wàng),
  • ouvir e cheirar (聞 wén),
  • perguntar sobre o histórico do paciente (問 wèn),
  • palpar o pulso, tórax e abdome, várias partes do corpo, os canais e os pontos (切 qiè).

A partir das informações reunidas desta forma pelo terapeuta, é elaborado um diagnóstico usando como referência um sistema para classificar os sintomas apresentados.

Este sistema se fundamenta no conhecimento dos seguintes princípios teóricos:

Técnicas de diagnóstico

  • Tomada do pulso da artéria radial do paciente em seis posições distintas para avaliar o fluxo de energia em cada meridiano.
  • Observação da face do paciente.
  • Observação da aparência dos olhos do paciente.
  • Observação da aparência da língua do paciente.
  • Observação superficial da orelha.
  • Observação do som da voz do paciente.
  • Palpação do corpo do paciente, especialmente do abdômen.
  • Comparações da temperatura em diferentes partes do corpo do paciente.
  • Observação da veia do dedo indicador em crianças pequenas.
  • Tudo mais que possa ser observado sem instrumentos e sem ferir o paciente, como uma conversa levantando seu histórico de saúde e suas queixas atuais.

Para trabalhar com os sistemas de diagnósticos da MTC é preciso desenvolver a habilidade de observar aparências sutis, observar o que está bem a nossa frente mas escapa da observação da maioria das pessoas.

Na China atual, cada vez mais o diagnóstico pela MTC interage com métodos de diagnóstico ocidentais, direcionando-se gradualmente para uma total integração entre os dois sistemas. Frequentemente os praticantes combinam os dois sistemas para avaliar o que acontece com seu paciente.

 

Patologias e síndromes

Patologia interna

Na medicina tradicional chinesa a patologia interna tem como causa desequilíbrios internos, tais como:

As principais perturbações energéticas:

  • Sintomas moderados / sutis
  • Evolução gradual

Coincide com o conceito ocidental de patologia crónica.

Patologia externa

Na visão da medicina tradicional chinesa a patologia externa tem como causa a penetração de factores externos (ou agentes perversos externos Xie Qi) no organismo:

  • Frio/Calor
  • Vento/Umidade
  • Secura/Canícula

As principais perturbações energéticas:

  • Início rápido
  • Sintomas intensos/agudos
  • Evolução rápida

Corresponde ao conceito ocidental de patologia aguda.

Sinais, sintomas e síndromes

  • Sinais:Sintoma - É o sinal interpretado pelo que se torna sintoma.Síndrome - É o conjunto de sintomas. Estes são regulares e consistentes.
    • Clínicos: Observados directamente na consulta (rostolínguapulso)
    • Funcionais: O paciente diz em consulta.

Síndromes gerais

Conjunto de sintomas que dizem respeito à totalidade do organismo e a nenhum órgão em específico.

Síndromes de órgão

Conjunto de sintomas que se referem à perturbação de um dos órgãos principais.

 

Fonte e adaptação de: https://pt.wikipedia.org/wiki/Medicina_tradicional_chinesa

Disponível em 17/06/15 15h30